Pensamentos feridos
Suzette Rizzo
Reduzida, muda,
tristonha,
caminho meio tonta
entre as dores
que surgem
nas sombras da calçada.
Há uma vitrine
na lateral do bar da
esquina
e nela, vejo alguém de
face pálida.
Serei eu essa figura
tão miúda,
relaxada?
Serão meus estes
apáticos pensares,
negativos, moribundos
e o tropeção na
sarjeta,
os pés na poça
d’água...?
Corro do vidro e de
outros mais adiante,
abaixo a cabeça
envergonhada,
entro em casa...
Nunca mais caminharei
pelas tardes,
nunca mais verei esta
figura
nem mesmo no azulejo,
nem nos sonhos, nem
metade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário