21 de junho de 2014


Pensamentos feridos
Suzette Rizzo

Reduzida, muda, tristonha,
caminho meio tonta entre as dores
que surgem
nas sombras da calçada.
Há uma vitrine
na lateral do bar da esquina
e nela, vejo alguém de face pálida.
Serei eu essa figura tão miúda,
relaxada?
Serão meus estes apáticos pensares,
negativos, moribundos
e o tropeção na sarjeta,
os pés na poça d’água...?
Corro do vidro e de outros mais adiante,
abaixo a cabeça envergonhada,
entro em casa...

Nunca mais caminharei pelas tardes,
nunca mais verei esta figura
nem mesmo no azulejo,

nem nos sonhos, nem metade.

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