AUTOCRÍTICA
Suzette Rizzo
Mudei a marca do cigarro,
do Free para o menta.
Quem
sabe assim o pulmão arrebenta.
Estou
vivendo insuportavelmente,
querendo
que anoiteça,
logo
amanheça,
tempo
integral pra não viver
neste
meu mundo proveta
que
não me deixa nascer.
Sinto-me numa ampola,
num
pote fechado a vácuo...
se
abrirem, explodo e pronto.
Ou
melhor, me sinto
num
espremedor,
pra
ser ainda mais exata
numa
frigideira,
grudada
na borda,
sem
poder espirrar logo pra fora.
E
pensar que um dia
fiz
do amor meu abrigo
e
hoje estou desabrigada, solitária,
azeda
e muito, muito amarga.
Pudera!
Minha
vida tem sido apática,
desprovida
de sensações,
constantemente
magra.
Mudei
a cama de lugar,
baguncei
a papelada
e nem
mesmo assim encontrei
bom
motivo,
que
me mantenha ativada.
Tenho
fumado demais
e
dormido pouco...
uma
ou duas horas por noite.
Meus
músculos estão retesados,
a
garganta viciada da fumaça
e não encontro meu point
nem o
porto ou a barcaça.
Meu blog
virou
diário de flagelado
a mesa
de embriagado...
E poesia, virou esta coisa sem
graça,
demais rimada,
meio que aposentada.
E o
poeta que foi pra Lisboa,
nem
mais enviou e-mails...
Claro!
O AVG
venceu e nem vi,
meu
cão latiu nem ouvi...
estou
assim, na verdade escrevendo,
aquilo
que não ouço nem de mim.
Que a
menta gele tudo isso,
que o
sono venha pra valer.
Chega!
Chega de soluços
rasgando
a noite,
saber
coisas que são açoite
e
chega de escrever asneiras,
ver besteiras
na TV.
Meu
coração poeta virou isso...
Critica racional,
entediante
cansaço de mim...
Alem,
trago na alma o desdenho
de
ter nascido e mulher,
desde
o inicio, no fim.
Suzette Rizzo
Suzette, poderia me dizer a data em que este poema foi escrito, por favor?
ResponderExcluirAh! O Baguera não voltou dos telhados.
Estou angustiado!
Ele irá voltar, tenho certeza.
ResponderExcluirNão se desespere nem deixe de procurá-lo e me avise quando aparecer, ta bom?
Espero que sim. Não estou muito legal!
ResponderExcluirA propósito, de que data é este poema, não é recente né? Me responda por gentileza.