22 de maio de 2017

Pós reclusão


Por um tempo, me esqueci naquelas madrugadas,
cega ao resto,
os sonhos cravados nos olhos,
deslembrando o cheiro de mofo,
os anos toscos...
Por um tempo me esqueci de ser quem era,
quem fui,
tentando alimentar a alma de sonhos
menos foscos.
Por um tempo vivi caminhando vagarosamente
sob chuvas de inverno e frio arrepiante,
acolhida pelo olhar daquele ser que se adaptava ao meu,
e eu como nunca, por inteiro confiante.
Por um tempo penso ter vivido abraçada
a sonhos mutantes.



Por um tempo permaneci nada vigilante!
Mas, nos tempos próximos, expectorei de vez,
esta e outras
ilusões alucinantes. 

Suzette Rizzo



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