Do tempo em que vim,
havia pureza de olhar,
sentimentos leais...
Havia paixão, volúpia
também,
mas respeito era
primordial.
Não sei quantos séculos
faz,
não sei se esperei
tanto
no astral,
mas certamente vivi,
no tempo do amor
real.
Sinto que fui camponesa
em países civilizados...
Amei o verde e ovelhas
e morei numa casinha
com
alpendre de florinhas.
Tive um amor... só um,
amor que preenchia meu céu
de estrelas
e o cabelo dele, refletia
a luz da lua,
dourava aos raios
de sol
e, essa imensa alegria
foi sempre o meu
melhor.
Por isso, este século
devora-me
corpo e alma...
tempo de vida sem amor,
de falsidades
indecentes
tempo de um pais cuja
bandeira,
o homem
desrespeitou.
Por isso,
procuro um
retorno qualquer,
busco nos sonhos
o verde do campo, os
bichos,
o camponês que naquela
vida,
me fez gostar de ser
mulher.
Suzette Rizzo