2 de setembro de 2015

O anjo


O anjo
Suzette Rizzo

Veio devagar, lentamente pousando
no primeiro verso,
veio simplesmente e como sempre
aconchegar-me
fazer-se lembrar, mostrar o sorriso,


causar a sensação do primeiro abraço.
Veio assim,
derretendo as sombras da noite
se deixando surgir entre luzes
para que meus olhos nele se fixassem
e  dividisse comigo forças
e a impressão do frescor de uma fonte.
Ontem, relaxei, consegui fugir,
escrevi
e depois dormi como um bebe,
agarrada ao travesseiro,
olhos na figura do Bambi do meu berço,
aquele companheiro,
aquele mesmo!
Acordei tão só, largada na vida,
neste mundo detestável,
com raiva do meu espírito
sempre desconfortável.