25 de agosto de 2015

Lágrimas



Lágrimas
Suzette Rizzo

Lágrimas meladas
escorrem pela boca,
são de amor,
da saudade gorda,
da cama rota.

Lágrimas de sal
da inversão de sentimentos,
quando a lamina
corta em pedaços
os ligamentos.


Lágrimas soltas,
desafogando o rio interior,
quando a margem não segura
as águas da imensa dor
ou do grande amor.

Seguro o choro
e dói o peito, arde a alma.
Escapam lágrimas apimentadas.
Ainda choro...
Agora por nada












Ensina-me


ENSINA-ME
Suzette Rizzo

Agostinho, meu amigo,
ensina-me ser poeta
e a filosofar
das profundezas do íntimo!

Ensina-me esse amor sem rédeas
e a rédea interior,
quando o prejudicial adentrar
e comprimir meu coração,
sufocando as luzes tão necessárias
a este  meu caminho !

Agostinho, inspira-me !
Ajuda-me a ser um pouco mais
conhecedora de mim mesma
para que eu possa sentir Deus,
não além, nem tão distante
que não possa alcançá-lo,
mas, em mim somente..

.

E assim, eu tenha a felicidade
de experimentar a sensação,
do bálsamo em minhas feridas!

Suzette Rizzo
21/08/2000


( Agostinho=Santo Agostinho )





Reminiscências


Reminiscências
Suzette Rizzo

Ventou e veio pela janela
a solidão mais densa
do que já era.
Esparramou poeira pelas paredes,
cercou meus olhos de musgo
e a dor veio em parcelas.
Fez frio e me cobri de quenturas,
para sonhar venturas
e demais quirelas.
Ventou pelos quatro cantos,
congelou-me apesar das luvas...
dele,  velhas.


Tuesday, August 25, 2015






Poemas semi-vivos


Poemas semi-vivos
Suzette Rizzo

Sentimentos antagônicos
esses meus,
desejos desencontrados,
esperanças soterradas
sob um passado
que o tempo sorveu.

Olho a imensidão
admiro constelações,


mas, nada de inspiração...
Escrever tem dessas coisas absurdas,
minha alma anda muda
não dita nada ao coração.

Porque emotividade,
é lágrima sem motivo,
nem é solidão ou saudade
quando envolve...
Choro porque busco
e não alcanço poemas,
nem mesmo semi-vivos. 


Poemas casi vivos
Suzette Rizzo
Traducción: Paulo Monti

Sentimientos antagónicos
los míos,
deseos desencuentrados.
esperanzas soterradas
debajo de un pasado
que el tiempo ha sorbido.

Miro la inmensidade
admiro las constelaciones,
pero, no tengo inspiración ...
Escribir tiene de estas cosas absurdas,
mi alma se quieda muda
no dice nada al corazón.

Visto que emotividad,
es lágrima sin razón,
ni soledad ni nostalgia
cuando arrolla ...
lloro porque busco
y no alcanzo poemas,
ni mismo a los casi vivos.