6 de abril de 2015

Falência das idéias



Falência de idéias
Suzette Rizzo

Lá fora o sol
e o calor insuportável.
Estou abafada, desmaiada,
idéias falidas...
“saindo da matrix”
para a estupidez da vida.
Seria melhor falar de amor,
do que ele sempre causa,
esse devorador da minha sina
em cada esquina,
mestre das bofetadas.
Além disso...  
e das diversas encruzilhadas
ao longo destas décadas daninhas,
dificilmente encontraria enfeites
para as minhas linhas 

Versos de dor- Suzette Rizzo


Versos de dor
Suzette Rizzo

Destino barrento
loteado de excremento humano.

Estupidez de acoplamento que me fez.
E agora? Onde estão vocês?

Foi parido mais um poeta
para  escrever desamor





Ingrato destino que não afrouxa
o cordão... e se faz meu laçador.

Choro,  escondo-me no escuro
como elefante terminal

Ah! Cansei-me de amamentar
e alentar versos de dor

Monday, April 06, 2015

Desabafo / April 06, 2015



O cãozinho da casa em frente
(Desabafo)
Suzette Rizzo

Judia do cachorro,
acorrenta o pobrezinho,
causa enfarto nos outros,
depois vai ele e família
esquentar banco da igrejinha.
Minha pressão lá em cima,
eu que tenho pressão baixa.
Tomo antidepressivo,
morro noite e dia,
choro um chafariz
só de pensar na tristeza
e no estresse do infeliz.
Se chamar a Proteção,
leva embora o coitadinho,
se não, viverá para sempre
amarrado no cantinho.
Não agüento, não agüento,
livra-me Pai da ignorância
desse ser bolorento,
Não pode ser de Deus tal centelha
causadora de tormentos.






Maturação


Maturação
Suzette Rizzo

Compreenda meus sinais,
os devaneios
e a fúria desvendada, 
do que me coubeste arquivar
sem que eu quisesse.
Compreenda a ausência
de melhores ideais
neste momento,


o desânimo que abarca
meus dias,
a alma que não te varre.
Analise os fatos,
não invente...
Veja-me também
e somente esmorecida.
E... se der,
por ora, cresça comigo,
tente!


May 2, 2014

Fim de linha - Suzette Rizzo


Fim de linha
Suzette Rizzo

Da cozinha vem o cheiro da omelete
que ele gostava
e parece... 


ouço aquele cantarolar espantador 
dos  meus medos de tudo.

Depois,
procuro no sofá as impressões
tateando almofadas,
tentando sentir a quentura do corpo
agitador da minha insônia,
gerador dos meus conflitos.

Fantasio, fantasio...
Enlouquecida da fatalidade,
resistindo heroicamente
este meu tempo intranquilo.

Vou até a cozinha,
quebro dois ovos,
corto rodelas de cebola
bem fininhas,
coloco a frigideira no fogo
e me empanturro do odor
e da saudade do amor
que chegou ao fim da linha.