A vontade do escritor
ou
Transformações
Suzette Rizzo
Escrevo apenas,
não importa se bem ou não...
o que vale é que escrevo.
Para mim, abro a grande obra,
que terminarei talvez,
num próximo milênio.
Foi dado o primeiro passo
de um caminho extenso.
O que fascina, é esse maquinismo,
da mente comandando os dedos
no teclado,
obedecendo pensamentos...
O que fascina, são as idéias,
que se desenrolam e perpetuam-se.
Sim, alguém, há de guardá-las.
Apenas, não desejo o pensamento
estéril...
Que se perfilem, um após outro
e, eu, escreva todos.
Sirvam eles aos meus intentos,
atendam sempre a minha vontade
de dizer algo de nobre.
Completarei minha obra,
quando a obra completar-me.
O que fascina é a estrada
e depois a agilidade,
e depois o conhecimento, a lógica
e, pouco a pouco a coerência,
sempre melhorada.
O que fascina,é a seqüência,
alem dos dedos obedientes...
O encaixe dos versos,
a musicalidade entre as linhas,
o deslizar sem esquemas,
a inspiração fluindo e fluindo,
até o final do poema.
E mesmo que pouco em mim seja sábio
ou arrancado corretamente,
alguma coisa é sempre dita
e felicita o lado criador
É isso que importa:
O dom, o tom, a cor.
A vontade do escritor
é mergulhar em cada frase,
transformar-se como águia
atingir a perfeição gradativa
par de todo autor.
November 26, 2004
"Meus agradecimentos a todos que me incentivaram por ordem
de chegada:
Gabriel Ribeiro, Lara Cardoso, Cleide Canton, Miriam
Torres, Ana Suzuki e muitos outros amigos",