2 de março de 2015

Caminhos da vida


Caminhos da vida
Suzette Rizzo

Vou indo magoa afora,
nestes caminhos que me foram reservados
entre um turbilhão de desenganos e monotonia.

Resignada ao entrave,
apesar do tédio maldito
trancando-me a sete chaves,
vou inventando paraísos,
compreendendo,
aprendendo,
quase dissecando sentimentos,
contagiando (que dó!) meus cachorros...

E nesta apatia sem remédio,
desaconchegada neste verão sempre inverno,
vou lapidando o nome eterno.

Estou surda ao sermão do viaduto,
já fiz e rezei tudo e a nada fiz jus.
Perdi-me entre meu luto
e a saudade fixada na cúpula
do meu abajur. 

Autora:
Suzette Rizzo
Todos os Direitos Reservados 

O que haverá?


O que haverá
Suzette Rizzo

Que haverá amanhã,
hoje à noite,
daqui a pouco,
de bom,
de leve
ou desgosto?
Haverá uma ponta de ilusão,
uma pequena sensação de felicidade?



Que haverá em meu sonho?
Terei um?
Daqueles bons,  
de saudade satisfeita,
amor antigo,
paixão que deleita...
Que haverá na madrugada...
uma noite estreita?
Um túnel,
uma passagem de agulha,
coisa alguma?
Que haverá nesta alma além de lembranças,
além da constância desta angústia
de nada saber
cravada nas entranhas!