28 de fevereiro de 2015

Uma história que ouvi por aí




Uma história que ouvi por aí
Suzette Rizzo

Aos trancos e sem deixar transparecer
a exaustão,
fez o que pode, coitada,
para não desiludir quem amava.


Mas, abismada não sentiu carinhos,
nem foi beijada.
Não se sentiu abraçada
porque espontaneidade não houve.
Depois disso, desprezada,
humilhada,
colou na net poemas envelhecidos
idênticos ao seu passado
aqueles dos seus arquivos.
Perdeu o entusiasmo,
exceto a necessidade do desabafo.
Senti pena,
doeu vê-la enxovalhada...
Mas o anjo que nunca abandona,
contou-me ela,
aconteceu-lhe na madrugada.
Acarinhou o maltratado rosto
bebeu suas lágrimas.

Parecenças


Parecenças
Suzette Rizzo

Poderias ser um barco
navegando mansamente
neste mar...
Esperei a serenidade do amor,
às cavalgadas  
de um ser recém desligado
do reino animal.
Esperei algo realmente doce,
que destoasse da maioria
dos conhecidos sabores...

Porém...
Que decepção perseguidora!
És simplesmente igual
e causador das mesmas doresl



Aspirações



Aspirações
Suzette Rizzo

Queria a mente limpa
e preguiça de pensar.
Meu passado atropelado,
amores desbarrancados,
as últimas vidas jogadas no entulho,
aquele sono esbranquiçado
perdido no oásis,
num canto qualquer do mundo.

Queria triturar poemas tensos,
recomeçar...
Ter outro anjo que soprasse
e melhor despertasse
meus versos  pré natal.


Queria em mim um espírito ativo,
mais amante das coisas pueris,
enfim, mais egoísta,  mais vivo.

E a mente limpa,
pelo menos uns tempos,
longe de mim e qualquer outro fermento.
Não pensar de jeito algum nas farpas
do destino purulento.