4 de fevereiro de 2015

Ardência


ARDÊNCIA
Suzette Rizzo

Arde...  o tempo percorrido
sem qualquer sentido
e a estupidez da vida
acumulando magoas
e gemidos 

Arde...   o momento bom
que vai passando
as vestimentas escuras da lua
a estrela que invade os olhos
e depois se esconde.




Arde...   este fogo de ânsias
inexplicavelmente aceso,
ridiculamente alastrado,
ardor de músculo distendido
e interior carbonizado.

Arde...   o olhar, o meu,
que jamais se afunda em outro
e a minha alma que se queima
ardentemente abismada
desse fogo doido.

Arde...    tudo arde nestas noites:
A pele, os nervos em frangalhos,
a cabeça misturando tudo
e até a impressão
daquela mordida dolorida,
que infelizmente curto!


Autora:
Suzette Rizzo
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