1 de fevereiro de 2015

Nem vital... Nem mortal


NEM VITAL... NEM MORTAL

Suzette Rizzo

Nunca mais fixação 
nem recordar calhordices. 
Não necessito como antes
encontrá-lo ou senti-lo  
nas profundezas de mim. 



Não era vital conservá-lo 
nem mortal esquecê-lo... 

Desandei somente
em sentido contrário, 
provando-me, no entanto, 
o quanto foi arbitrário, 
trazê-lo tão intimamente 
em meu peito.

Autora:
Suzette Rizzo
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Andanças da alma


Andanças da alma
Suzette Rizzo

Andei 
pelos corredores da essência
até o fundo
e, senti tantas sensações,
que me perdi no tempo
entre culpas aflitivas,
mágoas e náuseas,
uma terrível profusão
de sentimentos.

Não foi um longo passeio
e sim uma sugada repentina
entre sono e vigília
há anos luz desta vida.
Algo estranho e reflexivo, 
tanto quanto o sonho que tive um dia
com um símbolo esotérico
aclarando definitivo.

Voltei mais pacifista,
mística,
curiosa, coisa que não sou,
sentindo-me carne, animal e pluma,
assim,  pouco de tudo...
meio xamã, meio espírita,
agnóstica e bruxa.

Desta vez, voltei muitas criaturas,
sentimentos misturados
e uma vontade louca
de equilibrar razão e fé,
distribuir num bom poema
o que não falo pela boca.

Passar a frente a certeza absoluta
de ter sido tudo e muitas vezes...
E porque não???
Se "Elias voltou em João"
e além,
serei mãe do meu cão. 

                          Suzette Rizzo

Agonia


Agonia

Impossibilidades



Impossibilidades
Suzette Rizzo

O alvo das minhas ânsias se esconde
numa distância de cem mil horas,
no fundo da última floresta terrena,
por trás da última porta.

Não seria jamais o dono das telas
de cores descombinadas
que um dia me pintou,


nem aquele imitador de porcelanas chinesas
ou o poeta prepotente cheio de certezas.

O alvo da minha alma
caminha num vagar tranqüilo
do outro lado da calçada
e deposita sonhos em meu travesseiro
quando a noite cerra os cílios.