1 de agosto de 2015

Azedumes


Azedumes
Suzette Rizzo


Caí de um sonho  do além,
na superfície do meu planeta.
Entre arvores, num dia de sol,
cachoeiras ao redor
levemente cai do azul
para ser algo melhor.



Na verdade, não foi assim,
fui pedra no sapato,
estorvo, cambalacho
e nem sei pra que vim.
Pra ser poeta não foi,
nem mesmo pra ser mãe,
nem pra passear de andor.

Mentira que me sinto
com missão a cumprir,
carma sim e dos grandes...
Quem nasce pedra no sapato,
é massacrado
porque entope o acesso a vida.

Suponho ter sido
um parto difícil,
não querendo passar pelo túnel,
muito mesmo sentir o frio
do futuro desconforto.

É verdade que assim me sinto,
verdade a história da pedra...
mentira que gosto da vida,
que me sinto completa.
Escrever escrevo, realidades,
o lado azedo do poeta 





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