24 de julho de 2015

Meia-boca



Meia-boca
Suzette Rizzo

Não poderia estampar
a máscara da felicidade
em minha cara
porque o oposto gruda no rosto.
Nem poderia fingir nunca,
porque a verdade é meu lema
e essa bandeira ergo
seja como e onde for.


Não poderia ser
uma outra que não sou
nem mesmo pra contentar
fantasias de amor.

Coisa banal
tatuar ares sorridentes
quem não tem...
Se a vida não sorriu,
não sorriu e ponto final.
Não poderia ter olhares curiosos
ou estúpidos,
porque não acho graça
em semblantes únicos.

Não posso correr
do meu subconsciente,
nem luzificar as sombras
da minha alma.
O emocional descomedido
faz parte da minha vida
e me arrasa...
Minha sensibilidade máxima
jamais se acalma.

Nunca virei à mesa,
não rodei a baiana...
mas já  me sentei na calçada
e chorei
borrando a cara.
Sou o mecanismo
de uma obra meia boca
por ora inacabada




Um comentário:

  1. Sensacional Su! Mas permita-me uma ressalva: Vire a mesa, rode a baiana, permita-se fazer umas loucuras vez em quando. Grite, xingue mas não fique chorando na calçada minha amadinha. Seja louca pelo menos uma vez na vida. Vai por mim. Foi assim que extravasei e compreendi que travando o que sentimos, sofremos em dobro. beijos e perdoa o atraso. TE AMO!

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