29 de março de 2015

Poesia do Vazio


POESIA  DO VAZIO  
Suzette Rizzo 

Seria evitável acordar do sonho amargo
tão desesperada,
se antes tivesse aberto os olhos.
Mas tua aura ofuscava dourando a praça,
ao som daquela melodia...
e eu,  tão necessitada de alegrias e paixão ,
dei-me ao sonho, no primeiro dia.

Depois, meu caro, os dias passam,
os sentimentos dão cria,
e o peito explode em ânsias malucas,
que nem Freud explica.
Depois, é sempre tarde para o recuo,
sempre desastroso o final,
sempre, em todo caso de amor,
invariavelmente igual.



Não é simples como o desmanchar
a barra da saia,
lavar os pratos do jantar...
não será nunca tão simples aceitar o desamor
ou da noite para o dia desamar.

E eu, como mulher igual as outras,
sedenta de um par,
encontrei o pote de mel na ponta do teu arco-íris ,
esperando ser feliz.

E fui ! Inebriantemente  entregue
às doçuras do começo...
e esse começo ai, ai, sempre tão doce,
que diante àquela leveza, pensei comigo,
nem mereço.!

Até que a sorte se perdeu 
pelos bueiros das coisas findas
e, até hoje,
tento exorcizar-te dos meus anseios,
e não consigo... não consigo !
Suzette Rizzo

2 comentários:

  1. Este é de emocionar.
    Um poema sincero
    que saiu como
    lágrimas.

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  2. Obrigada.
    Escrevo apenas o que a essência dita.
    Não foi em tempo algum de outro modo.

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