15 de março de 2015

Desmemoria



Desmemoria
Suzette Rizzo

Embora do fogo
quero que o mar refresque
o que foi incendiado.
Não quero a quentura do teu corpo,
cheiro de vela apagada,
pelo menos até a minha cremação,
não.



Permito sim,
que as chamas queimem então,
pensamentos turvos,
magoas  acumuladas
e eu chegue suave por lá,
sem memória chamuscada.
Por hora, quero ser peixe
respirando dentro d’água

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