10 de janeiro de 2015

Imortal


Imortal
Suzette Rizzo

Nem ouso parar os olhos no teto,
pois as cenas das fases mal vindas
desfilam,  desfilam incansáveis.
Nem ouso fixar os olhos nas paredes
pois trazem em tamanho natural
o amor,
a fome,
a boca, 
o beijo vital.

Nem ouso um silencio momentâneo,
um lembrar instantâneo
do dia fatal.
Nem ouso, não ouço,
não posso parar afazeres,
recair revezes, soltar-me,
paralisar-me,
querer-te imortal


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