17 de novembro de 2014

Id


Id
Suzette Rizzo

Meu espírito anda preso
aos meus apegos!
Posso olhar o céu,
enxergar dentro dele,
mas... não posso fechar os braços
à saudade do seu abraço!
                          
Calo tudo
e as dores da vida vão prosseguir
neste mundo!
Entraria mar a dentro,
se pudesse assim suavizar as dores,
deste tempo conturbado,


Amenizaria a agonia de conhecer 
mistérios inquestionáveis... 
Tudo faria para descobrir onde
fica o portal dos seus  sonhos
para imantá-los,
Saber no fundo, onde moram,
amanhãs melhorados
                         
Tenho vivido fixa a este enigma,
entre perguntas sem respostas,
sentindo o coração totalmente  amarrado...
Enquanto o seu, de pássaro livre,        
levita em meu lugar,
livre destes seres piegas!
                                        Suzette Rizzo

Impotência


Impotência 
Suzette Rizzo

Nem sei quantas noites, polui
os pensamentos de sombras,
vinganças...
ou tentei levar meu barco
a outra margem da esperança. 

Pura bobagem !
Este querer dobrar novas esquinas,
reviver contos de fadas
ou enxertar a luz nas velhas estrelas
e nas íris nubladas. 

Nada transformaria
meus dias de estrada,
minguaria o tempo da clausura,
cada desventura
e o imposto martírio
da vida injusta. 

Por isso, ouso desmentir  salmos
incentivadores,
guardo do sonho as novas luas
e encerro todas as lutas !

Suzette Rizzo

Bifurcação II


Bifurcação II
Suzette Rizzo 

Guiavam-me teus olhos
e palavras florescentes.
Alimenta-me os versos na madrugada,
tuas mãos acariciando meu cabelo,
tua alma na minha, trançada.

Conversa boa, né?
Entre um e outro café,
cinzeiro abarrotado,


risinhos, olhos nos olhos,
vidas entrelaçadas...
Quanto céu! 
Naquele nosso cantinho
da sala enluarada!

Como pode?
Porque as coisas se partem
pelo meio,
o coração se divide,
a alma pende a outro ser...
porquê?

Tolas madrugadas
essas de agora,

assim... bifurcadas!