15 de novembro de 2014

Piada





Piada
Suzette Rizzo

Não quero varrer da alma
uma vida inteira,
embora a vida inteira
mereça ser apagada.
Verdade!
Não há prazer nestas lembranças,
nem escolhas acertadas...
São cólicas e cólicas de desgraças,
horas lacrimejadas,
manchadas de tristezas variadas.
Verdade!
Nasci de alma encharcada,
nó na garganta,
intuição amalucada,
permanentemente extenuada
do mistério de viver .
Verdade!
Satã inda gargalha,
das minhas doridas falas,
escondido nas frestas
do meu mundo adverso às fadas.
Não queria ser de mim proprietária,
nem portar tantas desgraças...
E pensando bem elejo esta sina,
-verdade, eu juro-
A uma grande piada!

Avisos


Avisos
Suzette Rizzo

O pensamento mostra garras,
aniquilando
qualquer desejo imprudente.
Se não sinto as garras
ouço a voz de mim  embargada,
os pés colados no chão
ecoando a dúvida da minha sombra
impedindo a má ação.
É assim que o Inventor da criatura,
surge em meio as aventuras
e contravenções.
Eu percebo,
tem gente que não dá a mínima atenção
e perde a chance de habitar um dia
o Grande coração.

Um certo teatro ...


Um certo teatro...
Suzette Rizzo

Devoro passagens sigilosas,
pedaços de alento 
guardados,
no vazio das minhas horas.

Há uma escada fria,
olhos azuis congelados,
um tablado velho e gasto
e tu, meu doce palhaço.

Saltam partes das fases
como borbulhas,
mas vejo e toco imagens
frias e nuas.

Fixos estão meus olhos
a rodopiar essa historia,
que bem poderia ter sido
minha e tua.
Suzette Rizzo