30 de outubro de 2014


Enquanto é tempo
Suzette Rizzo

Abstraio coisas de mim,
bagatelas do tempo injusto
e outras que nem desfruto.
Nada melhor que ensacar o entulho
calar da alma o barulho,
recomeçar.

E vamos então as coisas experimentais,
viver alheios ao destino,
dobrar algumas esquinas,
andar por ai apressados,
tal qual corre a vida
pra chegar antes de nós.

Pronto! Estamos sem corpo físico,
sonhos ou luz mágica.
Não é fácil nos enxergarmos...
Talvez, possamos flutuar com leveza
nossas essências
ou talvez estejamos medrosos
da nova existência

Pior que aqui será...
não temos muitas escolhas por lá.
E quem somos, como somos,
a exposição dos pensamentos
mostrará.
Por enquanto,
abstraio defeitos de mim
atirando-os ao vento...
que lá não há.


June 01, 2008