19 de agosto de 2014



Certa via
Suzette Rizzo

O cosmo desabou tudo o que há
num trecho qualquer antes da Fernão Dias
e a lembrança do odor de eucaliptos
sufocou a alma vencida.
As pernas adormecidas
a poesia fora da estrada,
e o retrocesso rápido massacrando
o tempo, a vida, o sonhado.
Essa estrada percorre o pensar
em cada noite mal dormida...
e o sono não varre nunca
aquela má fase da vida


Atrofiamento
Suzette Rizzo

Saudade dos começos,
todos eles.
Enroscar-me nos braços dele,
(do primeiro),
mas o amor sempre tem preço.
Saudade de outro começo,
lá no meio da fase triste,
uma saudade que sempre existe.
Saudade dos mortos,
da solidão acalmada,
e até do ultimo começo
alvoroçando a vida mais amornada.

Começos...
tão leves, tão mágicos...
Matando sede, fome,
atrofiando as dores,
pra depois sentir a alma
mergulhada em puro acido.
Nem sei como posso ainda
tentar versos,
se fugiram de mim palavras,
quando me sugaram das veias
a seiva da ilusão sonhada