24 de maio de 2014

História sem fim
Suzette Rizzo

Resguardar soluços
para outro intruso
que nunca mais
seja poeta nem narciso,
menos ainda
obtuso.

Resguardar sorrisos
para adequar-me ao gosto geral,
quando sair da crise de vez
e  fizer exercícios
na mandíbula acostumada
a sisudez.

Resguardar energias,
para dançar e cantar
como idiota
mesmo sem planos,
amanhecendo mais um dia,
reprise de novo ano.

Resguardar-me sem porquês,
pra quês,
ver o mundo como o mundo
não pode ser.
Abraçar a audácia de mentir,
seguir em frente, entre tudo fingir,
que essa droga de vida,
dá-me prazer.

Suzette Rizzo