16 de março de 2014

DESTINO... PARAÍSO
Suzette Rizzo


O tempo presente deixou de existir,
perdeu a graça...
Perdi qualquer vontade.
Sem você  a vida é chata,
sem você sinto saudade!

Eu disse... sabia...
Você seria a última página!
E foi como pressenti.
E como pressenti, se foi
pra longe daqui !

Queria pelo menos imaginar
seus dias espirituais
querido amor!
Vê-lo em sonhos, sempre...
sentir sua presença, mais e mais!

Porém,
seu Paraíso esta distante,
tão distante que  meus olhos
não  alcançam...
Tão sutil, que minha alma
raramente o percebe...

Contudo, meus olhos choram,
comovem-se...
Sou ainda, quem lhe persegue!

Queria somente a resposta,
para  quando  meu corpo
o  envolve ...

Afinal, quando  aperto
visões em meus braços,
você sente?
você gosta?


Decida-se
Suzette Rizzo


Conheça-me
antes da primavera.
Gosto de flores
durante o inverno,
beijos pelo telefone,
poema com chocolate fervendo
nas noites geladas,
cores quentes,
música sempre.
Permita que nossos sonhos
se busquem
e nada interfira
na decisão tomada.
Distinga
quem te ama de quem te deseja.
Conheça-me
e escolha de vez
quem quer que te prenda .
Suzette Rizzo
 

 



Desqualificado amor
Suzette Rizzo

Degenerado amor alterado,
esfomeado da cor azul,
cobrindo a vida com seu manto noturno
prenuncio de chuvosa madrugada,
pra cutucar a ausência
comprovada.
 
Maldito amor quebrado,
gasto e desnutrido
de beijos e carinhos,
amor que deita junto
na cama vaga
e cobre o corpo de vazios,
quisera apenas temporários.
 
Amor desaforado,
permanecido sem que eu queira,
formando sonhos indesejáveis
nesta cabeça...
beijando morno como primeiro beijo,
quando a imprudência gritou mais alto
e fraquejou matando medos.
 
Amor desabrigado,
sem ombro, sem colo
nem amanhã ensolarado...
Ao relento em qualquer estação,
entregue a saudade do gosto
e do corpo,
maldito... safado...

Suzette Rizzo
E jamais seria
Suzette Rizzo

Deitei na cama fria,
engolindo a poeira
que não sacudi
e, o vento
esqueceu de varrer.

Mergulhei de cabeça,
nos mares frios
da sua insensibilidade...
tentando sensibilizá-lo,
endeusá-lo,
amanhecer a vida que pensei
lhe foi recusada! 

Mas, era madrugada
e a noite é perversa...
Você era o canalha
armado a navalha
e eu, a idiota perfeita
pra ser sua festa ! 

E fui caindo a seus pés,
sentindo a canseira,
deixando meus restos na
esteira,
da noite eterna! 

Você jamais seria,
o que julguei ter visto:
Meu refugio no planeta,
alguém pra ser par
do meu espírito !

Qual nada !!!
Depois soube tudo...
você foi nada !


Suzette Rizzo
ALMA ISOLADA
Suzette Rizzo 

Não tenho parada...
meus nervos parecem pular
e me agito assim trancada
a este isolado lugar. 

Tenho chorado...
o que me resta é chorar...
Tenho rezado e pedido,
só me resta esperar. 

Ai! Que aflição medonha!
labirinto encrencado, este meu,
ladeado de escuridão
e um único portão
que não consigo abrir. 

Do outro lado a vida passa, aqui não...
Do outro lado alguém nasce,
alguém se casa
e aqui ando morrendo,
morrendo mesmo, de solidão. 

Vejo a sombra de mim,
apalpo restos de mim,
sinto-me  rebotalho
e sei, nada resguardo
e nem me importa mais o fim. 

Contudo, me agito...
Na verdade não quero isso.
Mas, que adianta esmurrar o peito
se tudo esta feito? 

Meu passado, meu destino,
meus fracassos e a incrível covardia
que me fez  joguete e alvo
do que sou por ironia. 

E esta tensão, este pânico todo,
de querer sem conseguir,
faz-me vida por um fio...
desalento totalizado
alma tremula de frio. 

É vazio continuado,
nada mesmo a preencher meus dias...
Somente nostalgia,
essa coisa que impulsiona, 
o eco da dor que judia.
Suzette Rizzo