12 de fevereiro de 2014


 
CHEGA UMA HORA
Suzette Rizzo
 ( Depressão)
   
Chega uma hora
em que a vida fica sem graça...
que o sol na pele apenas trás saudade, 
o amor é coisa do passado
e, o simples fato de ter que sair de casa,
incomoda. 
Lá fora,
o mundo não mais se transforma
e, aqui 
o coração emudece sem mais ecos,
nomes, ansiedades... 
E a música,
aquela que relaxava,
arrancava lágrimas adocicadas,
agora, é só uma música
agitando a alma.
O que resta
são lembranças fantasmas ! 
Chega uma hora na vida,
em que a chuva,
a mesma que  revigorava,
torna-se  triste ou mero relaxante.
E a vida é mesmo assim:

Um botão que desabrocha
em ares frescos
e depois, transforma
todo um jardim de ilusões,
em mato seco. 
Sândalo
Suzette Rizzo


Que seria de mim sem esse passado azedo,
que me faz perceber que o gosto de hoje
é bem menos amargoso...
Que seria de mim se não houvesse sofrido,
seria por acaso como sou, assim sensível?
Ou seria uma criatura boba e fútil
a germinar o mesmo pensar asqueroso
que reparo no ser inútil!




Puxaram meu tapete, que bom!
Tropecei bravamente,
cai  no limbo e levantei:
A alma meio tombada, frustrada,
mesmo assim lutei...
E o pensar modificado,
agora incensa de sândalo estes dias
que ainda tenho pra viver.
Suzette Rizzo
Meias palavras
Suzette Rizzo

Nada adiantaria ingerir “garrafas de ilusão”,
quando o amor é lâmpada apagada,
quando o que existe é falso
e se febril só nas palavras.
Fotografe-se na cama só,
segurando um celular sem voz
ou veja-se,
o corpo esplendido solitário
enganado e atirado no chão sem mar.
Beba, atire-se pela janela
esvoaçando os cabelos,
nunca terás quem diz te amar...
Iemanjá não te dará.


Wednesday, February 12, 2014