19 de novembro de 2014

Meu poeta preferido

Meu poeta preferido
Suzette Rizzo

Abriu os cortinados que separam
nossas dimensões,
para mostrar-me o sol.
Curvou-se até onde me sentava,
exausta de tanto sofrimento
e beijou-me a testa.

E eu lhe disse:
Preciso escrever, me ajude!
E milhões de estrelinhas
brilharam meu quarto
como um desenho animado.

Peguei a caneta, o caderno
e lentamente, como se acariciasse
a folha em branco, escrevi:
"A imaginação desenha formas
de todas as coisas...
traga-as para junto de ti,
deixe que formem palavras,
transcreve-as."

Entendi o recado admirando
as estrelas pequeninas,
acompanhando o vulto dele
que se distanciava,
deixando como lembrança
o beijo na testa,
o sorriso aberto,
a idéia e uma esperança ansiosa,
do sol mostrado.

Tenho muita sorte!
Sou a neta desse espírito amigo,
risonho,
sempre poeta em minhas lembranças,
espírito decente e alentador,
deste meu tempo assustador,
que fez-me presa,
das suas correntes.

“O poeta não morre, transcende”!

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