24 de novembro de 2014

Estigmas


Estigmas
Suzette Rizzo

Moro dentro de um poema
inacabado,
entre cartuns,
histórias de amor frustrado,
desgostos
e o horror de conhecer por dentro
esse tal sexo oposto.
Daí o vazio, daí o choro continuo
borrando recordações pequenas,
as mesmas que foram grandes
desfeitas pouco a pouco.
Moro aqui neste poema-desabafo,
um dos raros prazeres,
embora sorvendo cacos
e, expelindo deuses.
Moro num buraco negro
quando fecho os olhos
revejo cicatrizes,
sinto o gelo dos medos
e escrevo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário