20 de junho de 2014

Alta madrugada
Suzette Rizzo

Chama...
acorda meu sonho,
meu voo...
faz-me sonâmbula, amante,
mulher que morre de amor.

Abro a porta meio adormecida,
é tão tarde!

Mas o que importa é que ele chega,
fazendo do meu corpo a sua cama,
o fim da noite agitada,
o descanso da sua vida.

E canta um laraialara,  repetido
na lembrança,
porém, exibindo o desejo
e, a imensa vontade que o faz amável,
jeito mesmo singular
de dar-me amor.

Acorda-me de vez, tamanha doidice !
Enrolando-se em minhas pernas,
jogando-me pra lá e pra cá
como se eu fosse inflável,
contorcionista,
levezinha e maleável.

Deixo-me levar.
Mal tenho tempo
de gritar esta estúpida paixão.
Adormece em meu peito,
ouvindo meu coração.

Suzette Rizzo


Nenhum comentário:

Postar um comentário