Pesadelo
Suzette Rizzo
Areia úmida, movediça
na escuridão soturna,
onde moram corpos mortos em pó...
E o espírito meu, tão covarde
a ouvir tambores (inexistentes)?
de além do oceano...
Pensamento proibido,
rompido pelo estampido
da lembrança
de um sonho destruído,
por momentos assassinos.
Areia de outono
que o vento esparrama
turvando a vista,
afligindo a alma encolhida,
nesta sexta feira molhada,
em que a noite desce pelas beiradas
das pedras cinzentas da praia...
Assolando mais e mais
a essência exausta
das paginas nubladas.
Prossegue o pesadelo!
Cobre-me a noite fria
do céu sem candeias
e o vento assobia com voz de mar...
Areia esfola fere a carne,
presenteia-me da noite feia
chamando a alma que reluta...
A nevoa arde e cega a vista
e eu já não prefiro ser levada,
pra longe das pedras da vida
nas asas do surreal
Nenhum comentário:
Postar um comentário