25 de maio de 2014


Pesadelo
Suzette Rizzo 

Areia úmida, movediça
na escuridão soturna,
onde moram corpos mortos em pó...
E o espírito meu, tão covarde
a ouvir tambores (inexistentes)?
de além do oceano...

Pensamento proibido,
rompido pelo estampido
da lembrança
de um sonho destruído,
por momentos assassinos.

Areia de outono
que o vento esparrama
turvando a vista,
afligindo a alma encolhida,
nesta sexta feira molhada,
em que a noite desce pelas beiradas
das pedras cinzentas da praia...

Assolando mais e mais
a essência exausta
das  paginas nubladas.

Prossegue o pesadelo!
Cobre-me a noite fria
do céu sem candeias
e o vento assobia com voz de mar...
Areia esfola fere a carne,
presenteia-me da noite feia
chamando a alma que reluta...

A nevoa arde e cega a vista
e eu já não prefiro ser levada, 
pra longe das pedras da vida
nas asas do surreal


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