História
sem fim
Suzette
Rizzo
Resguardar
soluços
para
outro intruso
que
nunca mais
seja
poeta nem narciso,
menos
ainda
obtuso.
Resguardar
sorrisos
para
adequar-me ao gosto geral,
quando
sair da crise de vez
e
fizer exercícios
na
mandíbula acostumada
a
sisudez.
Resguardar
energias,
para
dançar e cantar
como
idiota
mesmo
sem planos,
amanhecendo
mais um dia,
reprise de
novo ano.
Resguardar-me
sem porquês,
pra
quês,
ver
o mundo como o mundo
não
pode ser.
Abraçar
a audácia de mentir,
seguir
em frente, entre tudo fingir,
que
essa droga de vida,
dá-me
prazer.
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