16 de março de 2014

ALMA ISOLADA
Suzette Rizzo 

Não tenho parada...
meus nervos parecem pular
e me agito assim trancada
a este isolado lugar. 

Tenho chorado...
o que me resta é chorar...
Tenho rezado e pedido,
só me resta esperar. 

Ai! Que aflição medonha!
labirinto encrencado, este meu,
ladeado de escuridão
e um único portão
que não consigo abrir. 

Do outro lado a vida passa, aqui não...
Do outro lado alguém nasce,
alguém se casa
e aqui ando morrendo,
morrendo mesmo, de solidão. 

Vejo a sombra de mim,
apalpo restos de mim,
sinto-me  rebotalho
e sei, nada resguardo
e nem me importa mais o fim. 

Contudo, me agito...
Na verdade não quero isso.
Mas, que adianta esmurrar o peito
se tudo esta feito? 

Meu passado, meu destino,
meus fracassos e a incrível covardia
que me fez  joguete e alvo
do que sou por ironia. 

E esta tensão, este pânico todo,
de querer sem conseguir,
faz-me vida por um fio...
desalento totalizado
alma tremula de frio. 

É vazio continuado,
nada mesmo a preencher meus dias...
Somente nostalgia,
essa coisa que impulsiona, 
o eco da dor que judia.
Suzette Rizzo


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