23 de março de 2014

AGOURO
Suzette Rizzo

Havia um corvo, um ninho deles
em meu telhado,
agourando a minha vida
matando tudo que era meu.

Um corvo que sujava a paz,
estraçalhava o futuro,
farejava desgraças
e afastava de mim, tudo.

Eu não via esse corvo,
mas alimentava a esse e a todos
agasalhando-os com meus temores.

Não sabia que estavam lá...
E quando pude senti-los, já não tinha casa
e ele, o rei fortalecido, devorou-me a alma.

                                      Suzette Rizzo

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