6 de fevereiro de 2014

POESIA  DO VAZIO 
Suzette Rizzo
 
 
Seria evitável acordar do sonho amargo 
tão desesperada,
 
se antes tivesse aberto os olhos.
 
Mas tua aura ofuscava dourando a praça, 
 
ao som daquela melodia...
 
e eu,  tão necessitada de alegrias e paixão,
 
dei-me ao sonho, no primeiro dia.
 
 
 





Depois, meu caro, os dias passam, 
 
os sentimentos dão cria,
 
e o peito explode em ânsias malucas,
 
que nem Freud explica.
 
Depois, é sempre tarde para o recuo,
 
sempre desastroso o final,
 
sempre, em todo caso de amor, 
 
invariavelmente igual.
 
 
Não é simples como o desmanchar 
 
a barra da saia,
 
lavar os pratos do jantar...
 
não será nunca tão simples aceitar o desamor
 
ou da noite para o dia desamar.
 
 
E eu, como mulher igual as outras,
 
sedenta de um par,
 
encontrei o pote de mel no teu arco-íris,
 
esperando ser feliz.
 
 
E fui ! Inebriantemente  entregue
 
às doçuras do começo...
 
e esse começo ai, ai, sempre tão doce,
 
que diante àquela leveza, pensei comigo, 
 
nem mereço.
 
 
Até que a sorte se perdeu  
 
pelos bueiros das coisas findas
 
e, até hoje, 
 
tento exorcizar-te dos meus anseios,
 
e não consigo... não consigo !
 
 
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VAZIO SEM POESIA
 
Lara Cardoso
 
 
Elevaste meu ego
 
fizeste com que meu coração acordasse
 
quase flutuasse
 
caindo...feito um cego
 
 

Eu te amei, não nego 
ainda te amo, confesso
 
e quando tento deixar-te
 
vejo infundado meu progresso
 
mas refugo meu cio
 
 
Ainda que ouse falar-te
 
quero fugir do teu domínio
 
não é minha arte
 
estou em recesso
 
não quero mais este desatino
 
procuro nos vãos
 
um total escrutínio
 
a diluir de vez esta paixão
 
escondendo no vazio...

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