10 de janeiro de 2014

TEMPO DESTRUIDOR
Suzette Rizzo        


Foi então
que,  nas margens do silencio,
ouvi bem perto uma voz,
saída de um corpo gasto
que repetia:
Ouvi seu lamento, ouvi !

Olhei a meu redor
e lá estava  nublado e ventania
preparando mais temporal.
Fixei meus olhos no escuro,
desabei medo e pranto e respondi:
Então, age de vez,
de um jeito ou de outro
estou infeliz !

E o tempo arrastou-se nas folhas,
alvoroçando as ondas do mar,
provocando furacão medonho,
executando para mim o apocalipse,
enquanto ecoava:
Pronto!  Destruí !

 Meu anjo cabisbaixo,
arrastou asas feridas,
 deixando a casa bombardeada...
e ele, meu ser, sobra estressada,
sombra desmaiada, quase apagada,
 ainda restou aqui!

Desde então, moro entre  estilhaços
que o tempo fez...
Abandonada entre sonhos
esmigalhados,
todos eles, de uma vez.

Suzette Rizzo


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