30 de dezembro de 2013



SERÁ QUE SAUDADE
MORRE ?
Suzette Rizzo
 
Quanta saudade do amor
que transforma tempestade
em noite linda!
Amor que veste a alma de alegria,
a boca de sorrisos
e o pulmão de ares limpos!
 
Amei tanto em minha vida!
Perdi medos, corri riscos,
vi o céu em cada teto,
conversei com anjos discretos,
no paraíso dos meus sentidos!
 
Quanta saudade do amor!
Que nasceu de areia
e se auto-destruiu,
vazando das minhas veias,
o sentir que se esvaiu.
 
Quanta saudade da poesia
que vinha não sei de onde
e mágica, acontecia;
vestindo as noites  do luar
que o sonho atiça.
 
Quanta saudade das cores,
das tardes refletindo o crepúsculo,
em teus olhos claros.
 
Será que um dia esta saudade morrerá também,
assim como morreu o mais lindo sentimento,
deixando meu peito inapto?


Enamorando 
Suzette Rizzo

Nasci...
Nesse namoro de palavras doces,
poesia pura com fortaleza de abraço.
Namorava enfim,
retendo olhares que só eu vi,
ouvindo a reprise das frases lindas,
sentindo os gestos, o laço
e a sutileza de um lago perto de mim,
como se eu fosse uma orquídea
brotando dele para a vida,
ajudada por querubins.
Nasci em todos os sentidos...
Sob o calor do sol,
energizando a alma mal alimentada
do vital,
reencarnada e desatada do mal.
Nasci, nesse namoro desejado,
nos tantos dias enamorados
aguardando a soltura da minha vez.
Não sei de fato o que houve...
Morreu? Talvez!

October 22, 2013
Dueto: Nel Meirelles e Suzette Rizzo

                                                                                                              

ESPERA

Nel Meirelles

vou ficar sentado na borda do arco-íris.
vou ver em cada estrela a única estrela que existe.
vou desnudar as cores
e fazer delas meu verde-azul-esperança.
vou escrever em pedaços
todos os recantos do meu coração,
embrulhar em papel de horizonte
e te dar de presente.
no passado ou no presente.

Nel Meirelles
25 01 2005



JÁ TE OUVI...
Suzette Rizzo

e descerei numa nuvem cor-de-rosa,
carregada de estrelinhas brancas
para enfeitar teu arco-íris
de novas esperanças.
Depois, molharemos nossos pés beira-mar
sob a chuva de verão:
O menino que és e eu.
E como duas crianças
cataremos conchinhas de sonhos.
Sonhos poéticos... apenas sonhos,
em que o tempo do verbo
não conta !

Suzette Rizzo
25 01 2005


O canto da cigarra
Suzette Rizzo


Sinto frio nas noites vazias,
entre sonhos foscos,
eu, minha arritmia,
silencio rondando paredes
entre pensares loucos.
Lá fora canta uma cigarra
como a dizer-me algo
e esse algo desliza barrancos
ao som das citaras dos anjos,
agora longe muito longe
para que eu não possa mais escutar.
Ouço mantras para aliviar
mas não tenho paz...
Meu universo ainda pulsa
tentando explicar que momentos morrem,
almas gêmeas inexistem
e que o sonho escorre como chuva,
evapora e seca  e se enterra
na terra do nunca.

Suzette Rizzo _ October 21, 2013