21 de dezembro de 2013

Nada está morto

Nada está morto
Suzette Rizzo

Alimento a alma deste amor
que descarna desejos,
seca outros beijos,
me acalma. 

E nada esqueço
que  tenha vivido,
com esse amor tanto querido,
mesmo tendo ele partido,
pra cumprir amargo carma. 

E nada evapora
na madrugada,
nem o tempo acorda a emoção,
de prosseguir a caminhada
neste plano de ilusão. 


E te dou colo, atenção,
muitas preces
e,  nossa recordação
parece domina,
toda e qualquer sensação. 

E  mato tua sede
com amor real
afastando-te de todo o mal,
encobrindo com o meu,
teu carente coração. 

Tens gosto de mel e de sal,
amargo-doce
que molha a boca,
apego de igual pra igual. 

E que me importa
se estas morto...
Se rasgo o céu das noites
e em mim te recolho.
                     Suzette Rizzo





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